Editora LetraSelvagem

Editora e Livraria Letra Selvagem

Literaura Brasileira

Os melhores escritores do Brasil

Ricardo Guilherme Dicke

Romance, Poesia, Ficção

Deus de Caim

Olga Savary

Nicodemos Sena

Edivaldo de Jesus Teixeira

Marcelo Ariel

Tratado dos Anjos Afogados

LetraSelvagem Letra Selvagem

Santana Pereira

Sant´Ana Pereira

Romance

Nicodemos Sena

Invenção de Onira

A Mulher, o Homem e o Cão

A Noite é dos Pássaros

Anima Animalista - Voz de Bichos Brasileiros

A Espera do Nunca mIas (uma saga amazônica)

O Homem Deserto Sob o Sol

Romancista

Literatura Amazonense

Literatura de Qualidade

Associação Cultural Letra Selvagem

youtube
Destaque Cadastre-se e receba por e-mail (Newsletter) as novidades, lançamentos e eventos da LetraSelvagem.

Obras Selvagens

Fonte maior
Fonte menor
Deus de Caim
Página publicada em: 13/02/2010
Ricardo Guilherme Dicke / Preço: R$50,00 (400 pág.)
R$ 50,00
Comprar agora
"DEUS DE CAIM" - PRÊMIO WALMAP DE 1967 - Texto de orelhas escrito pela Profª Nelly Novaes Coelho
Imagem
Há cerca de 40 anos, vindo de terras matogrossenses, surgia este iniciático Deus de Caim – romance de arte maior que, qual arauto desconhecido, vinha anunciar a presença de um novo criador-de-mundos na Literatura Brasileira: Ricardo Guilherme Dicke. Escritor que surgia uma década após a chegada do grande Demiurgo Guimarães Rosa. Ambos pertencentes à geração literária Pós-Guerra Fria (1945-56) – a que se viu face a face com um mundo paradoxal, – brilhante/progressista, em acelerada expansão de limites, mas no qual vagava o “homem pós-Darwin”. O homem dessacralizado que, transformado pela Ciência de “alma” em “lama”, perdera o sentido último da vida.
 
Na literatura, ele surgia como o “homem interrogante”, – aquele que sonda o vazio existencial (Quem sou eu?) e, confusamente, sente que sua palavra  tem a tarefa de substituir (ou redescobrir) a Palavra de Deus posta em questão.
 
Em essência, é nessa Tarefa de renomear/reconstruir o mundo, que se empenha a Literatura Pós-Moderna, oscilando entre a desesperação e a esperança. E se, em Rosa, o pessimismo e a desesperação acabam sendo neutralizados por uma obscura esperança (uma surda alegria/júbilo que arraiga fundo em seus rudes sertanejos), em Dicke, predomina a sondagem dos “escuros” do Homem...
 
Não por acaso, este seu romance de estreia se fez de matéria bíblica, a que fala da Origem. Romance de húmus telúrico/erótico, Deus de Caim desa-fia/escava fundo um dos grandes “interditos”, que alicerçam a Civilização Cristã Ocidental e que, em nosso tempo-de-caos, entrou em dissolução: o “interdito ao sexo”.
 
Revivendo o bíblico ódio entre irmãos (Caim/Abel), a densa/faulkneriana narrativa de Deus de Caim (com Jônatas/Lázaro) vai pondo a nu o oculto/contínuo choque entre Natureza e Religião. Entre as exigências da carne (incesto, adultério...) e os interditos do espírito religioso.
 
Tal como o terrível mundo de Faulkner se passa na imaginária Yoknapatawpha (Estado de Mississipi), a trama de Deus de Caim se passa na região imaginária de Pasmoso (em terras matogrossenses). Ao asfixiante drama dos irmãos, vão-se misturando fatos comuns do cotidiano, paixões surdas, interrogações abissais ao Mistério da Vida/Morte, de Deus e o Diabo... tudo entremeado por uma caudalosa herança cultural: Homero, Moisés, Buda, Camões, Beethoven, Einstein, Rembrandt... e dezenas de  outros pilares da Sabedoria e da Arte Ocidental.
 
Romance labiríntico, Deus de Caim deu início à grande obra que Ricardo Guilherme Dicke realizou durante toda sua longa vida.
 
*Nelly Novaes Coelho
Professora Titular da USP
Crítica literária
 
_________________
 
Este livro pode ser asquirido aqui. CLIQUE AQUI.

Faça seu comentário, dê sua opnião!

Imprimir
Voltar
Página Inicial

Autores Selvagens

Autor

» Nelly Novaes Coelho

Nelly Novaes Coelho nasceu na capital de São Paulo, em 17 de maio de 1922, pouco depois da Semana de Arte Moderna. Em 1960, inicia a carreira de docente universitária, como professora-assistente do Prof. Antônio Soares Amora, área de Literatura Portuguesa. Em 1961, acumula esse cargo com o de professora titular de Teoria da Literatura, na Faculdade de Letras de Marília (onde lecionava nos fi ns de semana). Segue a carreira universitária: doutora em Letras (USP, 1967), livre docência (USP, 1977). Professora-adjunta (USP, 1981) e professora titular de Literatura Portuguesa (USP, 1985). Nesse período, inicia-se como crítica e ensaísta literária, colaborando no Suplemento Literário de “O Estado de São Paulo”. Especializa-se em Literatura Contemporânea (portuguesa e brasileira). No decorrer de sua carreira acadêmica, entrega-se à docência e à crítica, publicando em jornais e revistas do Brasil e do exterior. É reconhecidamente uma das mais importantes críticas literárias e conferencistas de literatura brasileira e portuguesa no Brasil.

Colunas e textos Selvagens

© 2008 - 2021 - Editora e Livraria Letra Selvagem - Todos os Direitos Reservados.