Afirmam alguns que a poesia não serve para nada. Poderia ser verdade, mas não é. Poesia não serve para nada... a não ser para a essência do ser, para o essencial da vida. O poeta tem o olhar que reflete, não o que mede. O olhar que mede é preconceituoso – o poeta é aquele que a rigor não tem preconceito algum. Outra coisa: o artista não tem que ter pressa, não tem que ter carência e ânsia de ser reconhecido. Literatura? Arte e cultura? Só se não der para escapar. Se for só para pensar em conquistar fama, sucesso e dinheiro (ou, como se diz brincando, vinho, mulheres e música), não vale o sacrifício. Porque é esforço, sacrifício e dedicação o tempo todo. Parece uma vida só de beleza e felicidade. Mas não é. E, ao mesmo tempo, é.
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*OLGA SAVARY é escritora (poeta, ficcionista, crítica, ensaísta), tradutora e jornalista. Integra mais de 900 livros pessoais e coletivos, entre os quais Repertório Selvagem – Obra Reunida, pela Biblioteca Nacional, vários Dicionários de Escritores, Guias e Enciclopédias Literários. Convidada, é a única brasileira a constar da antologia Poesia da América Latina (entre apenas 18 poetas e dois Prêmios Nobel: Neruda e Octavio Paz) editada em 1994 na Holanda, das antologias Os Cem Melhores Contos do Século e Os Cem Melhores Poemas do Século, organizadas pelo Professor Ítalo Moriconi para a Ed. Objetiva, 2000.
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» João Batista de Andrade
Nasceu na cidade mineira de Ituiutaba, em 1939, e vivenciou complexos momentos da recente história do Brasil, como o período da Ditadura Militar (1964-1985). Premiado e aclamado como cineasta, sempre alimentou entranhada relação com a literatura, que se manifesta em sua filmografia, quer na urdidura dos roteiros, quer na transposição para as telas de obras literárias, como os romances "Doramundo" (Geraldo Ferraz), "Veias e Vinhos" (Miguel Jorge) e "O Tronco" (Bernardo Élis). Enquanto colhe louros como cineasta, vai publicando os seus livros, sete até este momento (o último intitula-se "Confinados: memórias de um tempo sem saídas").
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