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Nelly e outros do século XX
Página publicada em: 02/08/2013
Manoel Hygino dos Santos
Titular em Literatura pela USP, aposentada desde 1992, a Profª Nelly Novaes Coelho publicou, aos 91 anos de idade, um livro de 976 páginas, no qual analisa a obra de 81 ficcionistas brasileiros publicados no curso do século XX (romancistas, novelistas, contistas), "uma das mais belas e importantes iniciativas no campo das letras no Brasil, em 2013", segundo o cronista Manoel Hygino dos Santos. (Comentário publicado originalmente no jornal "Hoje em Dia", 01/08/2013, Belo Horizonte)
Não se permitira que maio, mês tão rico e belo no calendário brasileiro, encerrasse sem que se presenteasse o país com uma obra importante às letras. Assim, no dia 29, na Casa das Rosas, em São Paulo, lançou-se Escritores Brasileiros do Século XX. Um testamento crítico de Nelly Novaes Coelho, agora indispensável às boas bibliotecas e aos leitores bem informados. Realização da editora LetraSelvagem, de Taubaté, de Nicodemos Sena, tem exatamente 976 páginas e pode ser considerada, sem medo de errar, uma das mais belas e importantes iniciativas no campo das letras no Brasil, em 2013.

Ademais, a autora merece esta homenagem por décadas de dedicação, durante os quais estudou em profundidades nossos melhores escritores, tendo selecionado 81 que mais lhe mereceram o interesse. O volume que sai revela quem é e o que faz Nelly Novaes Coelho, professora titular da Universidade de São Paulo, com 50 anos de pesquisas, leituras e releituras de obras apresentadas em cursos universitários, no Brasil, Portugal e Estados Unidos.

É necessário esclarecer que a autora se eximiu de tocar nos nomes e na produção dos autores mais em voga, focalizados pela crítica no século passado, como Jorge Amado, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Mário de Andrade, Érico Veríssimo, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, João Ubaldo e Ignácio de Loyola. Talvez achasse melhor recorrer a outros escritores, não menos brilhantes, mas que não conseguiram, por motivos que não cita, sensibilizar a crítica e os meios de comunicação social. Assim, é um trabalho extremamente útil aos que leem e aos que querem ler o que de bom se produziu no centênio passado.

Bem oportuno, portanto, dizer-se que o resultado é uma obra que faz justiça a excelentes autores, partida de Nelly, nascida em 17 de maio de 1922 e pertencente a tronco dos Novaes, um dos mais antigos do Vale do Paraíba. Incansável, ela permanece em atividades na pesquisa e análise da literatura contemporânea brasileira e português, prometendo novos lançamentos. A propósito, Tatiana Belinky a respeito opinou:

“Livro fascinante, fruto de amplas e profundas pesquisas, estudos, leituras e, claro, ideias, conclusões, hipóteses e mesmo perguntas da sua ilustre autora - esta incrível Nelly Novaes Coelho. Ela, a querida e sempre admirada mestra Nelly, com as suas posturas ético-filosóficas, 'antigas', contemporâneas."

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*Manoel Hygino dos Santos é escritor e jornalista, membro da Academia Mineira de Letras

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Autor

» Álvaro Alves de Faria

Já em 1971, ano da primeira edição do romance "O Tribunal" (Editora Martins-SP), Álvaro Alves de Faria, com apenas 29 anos de idade (nasceu em São Paulo em 1942), era considerado “um dos escritores jovens mais conceituados” do Brasil, como informa o jornalista Durval Monteiro nas orelhas do livro. Da Geração 60 de Poetas de São Paulo, Álvaro Alves de Faria publicou mais de 50 livros, incluindo poesia, novelas, romances, ensaios literários, livros de entrevistas com escritores e é também autor de peças de teatro, entre elas "Salve-se quem puder que o jardim está pegando fogo", que recebeu o Prêmio Anchieta para Teatro, um dos mais importantes dos anos 70 do Brasil. Como poeta, recebeu os mais significativos prêmios literários do país. É traduzido para o inglês, francês, japonês, espanhol, italiano, servo-croata e húngaro.

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