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O "Livro Assassino" do Mestre Fernando Jorge
Página publicada em: 24/09/2009
Silas Corrêa Leite*
Sobre o livro que prova e reprova o comportamento nada abonador do "pseudo intelectual" Paulo Francis
Eu conhecia a obra e o autor. Não falo do medíocre Paulo Francis que, nunca tive muito prazer de ler, nem muito menos de passagem ou por curiosidade açodada por modismos sazonais, quer no retumbante "Pasquim" histórico, quer num jornalão qualquer desses quando, se pode dizer com muita propriedade, que papel realmente aceita tudo principalmente de pseudo colunista social de araque. Topetudo, petulante, Paulo Francis que não era flor que se cheire, parecia que vivia encharcado num constante porre homérico, mas acho que ele se embebedava mesmo era de sua presunção de impunidade, num falso diletantismo hipócrita, ególatra que era.
 
Falo do Escritor de renome e respeito (e crítico, fora de série), o romancista, dicionarista e pesquisador talentoso, Fernando Jorge, esse sim, a gente sabe a que realmente veio, que trombone toca, que parafuso aperta no calcanhar de Aquiles da patuléia de janotas boçais que posam de intelectuais, arrotam Flaukner, Tomas Mann, Balzac, Dickens, Proust e Borges, mas malemal comem jaburus com cambuquira.
 
Vamos por partes. Li sobre Fernando Jorge em vários jornais, revistas e suplementos culturais, e tive a honra de vê-lo dando sopa no Programa do Jô Soares. Foi um estrondo. Foi um banho de qualidade rara. O Fernando Jorge é fera. O Paulo Francis? Muito pelo contrário. Nunca li nada. Por acaso, até, tenho um livraço dele bancado pela antiga Editora Codecri (Rio de Janeiro) que hoje mal calça descalculadamente uma estante molenga da minha sala de não estar...
 
Fernando Jorge pega pesado (pelo potencial dialético-narrativo que tem) em estilo leve (e gracioso, às vezes hilário), quando diz a verdade nua e crua, a partir de releituras, análises, pesquisas e talvez uma pacto com algum anjo que viçou asaluz depois de alguma coivara celestial. Aleluia. Porque com Fernando Jorge é assim: uma no cravo e outra na cara dura. E o azeitado da vez, foi Paulo Francis. Bem feito. Quem faz mal o que faz, pensa que pensa, acha que é o que não é, deita falatório mas normalmente acorda mijado.
 
E, falando sério, Paulo Francis era muito mais polêmico e futriqueiro do que qualquer coisa. Um polêmico noiteadeiro de almanaque, com ranço de entojo, aqui e ali chinfrim, démodé, rastaquara, raso. Zero à direita. Será o impossível? Pois é. Foi odiado – ele adorava ser odiado (Freud explica?) – e, virulento, toma plágios... Uma lagarta-praga de couve na horta da literatura por atacado. Vade retro!
 
Falso intelectual, posudo, tinha um fomentado panurgismo todo peculiar, debochante, pois insultava na sua coluna social, desvirtuava dizeres, furtava frases feitas de terceiros, enchendo malas e cuias de citações mal-enjambradas, mais disparates do que lhe dava na veia, e, toma adjetivos do arco-da-velha. Fazia achincalhes que era de dar dó do atingido sem piedade. No entanto, por incrível que pareça, ainda assim se sentia cortejado, piegas-brega, quando ocasionalmente era o alvo da vez, se alguém lhe rebatia o estilhaço do palavreio. Nunca chegou a ser um crítico que preste, nem muito menos ensaísta ou escritor mesmo que prestasse. Sapecava guanxuma aqui e ali e, no final da prosopopeia (mais para angu sem caroço), nadica de nada, sem profundidade ou conhecimento (inclusive jurídico) de causa e efeito.
 
Até que achou o que procurava, benza-Deus! Todo balaio tem sua cobra cega? Ledo engano. Dançou, Baby. E os seus admiradores babacas de plantão – para cada idiota mestre há um séquito de sarangas – atacaram o Fernando Jorge pela culpa da morte do Paulo Francis, quando lançou o livraço (em todos os sentidos) denominado: Vida e Obra do Plagiário Paulo Francis – O Mergulho da Ignorância no Poço da Estupidez. Dito e feito. Obra da Geração Editorial já em variada edição.
 
Ficou a pecha, a bubuia de cusarruim, na vazão das crendices dos bastidores lítero-culturais: O Livro do Fernando Jorge Matou o Paulo Francis. Santa burreza pegajenta. O livro do Fernando Jorge é documental, poderoso, inteligente, deu trabalho e, falar mal verdadeiro de um falso mito, é sim, um pé no sacro dos incautos leitores de ocasião.  Fernando Jorge muito bem soltou o verbo. Sorte nossa. O Paulo Francis deu literalmente com os burros nágua. Achou seu Id?
 
Alberto Dines, aliás, estranhamente e por si mesmo, aleatório, portanto, chutou que o chamado “Livro Assassino” foi realmente responsável pelo desgaste emocional do jornalista Paulo Francis, até o seu fim. A primeira edição do livro saiu dois meses antes da morte do PF, portanto, segundo disse a Jornalista Irene Solano Viana (ex-editora da "Folha de São Paulo"), Fernando Jorge não pode ser acusado de tal covardia, porque estava pronto para um eventual revide, mas PF não pintou na área, refugou feio. Até Inácio de Loyola Brandão, opinou a favor de Fernando Jorge, dizendo que interrogou PF sobre o livro no Programa Manhattan Connection, mas PF não teve coragem de falar nada a respeito do embate, da peleja...
 
Fernando Jorge, aliás, todo trancham, bom humor e brilhante no seu ofício, orgulha-se de ser o “pai intelectual” do Primeiro Livro Assassino. Paulo Francis de per-si, acusado de plágio, foi processado em Nova York pela Petrobrás, quando lhe cobravam uma indenização por calúnia, e, isso, claro, abalou a histórica presunção de qualidade e impunidade de PF. Alberto Dines mesmo, paradoxalmente assim se refere a PF: - Era intransigente, exigia muito dos outros; ele soltava o cacete para manter as pessoas à distância(...). Aliás, Paulo Francis inventou uma persona esquizofrênica (e esquizofrêmita) e depois não soube lidar direitinho com isso, principalmente quando ficava sozinho e amargo com o seu personagem de ocasião, por desbunde geral, e, atacava todo mundo, furtando frases, pensamentos e citações intelectuais de renomados nomes da história do mundo civilizado.
 
Só que, falando sério, Fernando Jorge de conteúdo à essência, dá de dez a zero no PF. É ensaísta, cronista, romancista, fazendo bibliografias, dicionários e livros de histórias de renome, como por exemplo, só citando parte. Anotem e confiram: 01)- As Mãos Na Ciência, na História e na Arte (Edições Descubra/Quarta Edição) 02)- Água da Fonte (Crônicas/Livraria Martins Fontes Editora) 03)-As Sandálias de Cristo (Crônicas, Bruno Buccini Edito), 04)- O Grande Líder (Romance/L. Oren Editor, Quarta Edição), 05)- Os 150 Anos da Nossa Independência (Edições MM) 06)- Cale a Boca, Jornalista! (Editora Vozes, Quarta Edição), 07)- Lutero e a Igreja do Pecado (Editora Mercuryo/Segunda Edição), mais dicionários (quatro) e Bibliografias importantes sobre Aleijadinho, Olavo Bilac, Santos Dumont e Getúlio Vargas, só para citar mais alguns assim, em passant. Falta um monte. Sorte nossa.
 
Por conseguinte, e, a bem da verdade, o “livro assassino” está assim dividido por partes, só para ilustrar a obra polêmica de Fernando Jorge, quando disseca o mito midiático PF por etapas: Tomo 1: a)=A Vida de Um Plagiário (PF crítico do povo nordestino – discriminador – ataca Ruth Escobar, Lula, Jaguaribe, JK, Caio Túlio Costa, etc). b)=Ataca o honrado Senador Suplicy, mostra seu horror a negros, chama os japoneses de prostitutas (e o Japão de Bordel) c)=Zomba do Alcorão, Insulta Portugal, o Sindicato dos Jornalistas, Cacá Diegues, etc. Tomo 2)=Assalta (rouba idéias, citações, frases famosas) de Machado de Assis, faz plágios de  Lênin, Olavo Bilac, etc. Tomo 3)= Informa errado, chuta, citando erroneamente de Francisco de Assis a tantas outras barbaridades.  Tomo 4)=O autor classifica PF, entre outras coisas de “Inventor Campeão Brasileiro de Solecismos”. Tomo 5)=A ignorância de PF sobre a História e a Pintura. Tomo 6)=PF decretou a morte de “Os Sertões”(de Euclides da Cunha), mais disparates sobre Sthendal (as irmãs Brontê); um enredo de Anatole France e Tolstói. Tomo 7)=PF mistura erros graves da história, do Brasil à Guerra Civil americana; faz apologia ao separatismo do país, atribuiu a Gênghis-Khan frase de outrem, e corre solta a prosopopeia, o bundalelê. Tomo 8)=Difamações de PF. E vai de Oscar Wilde a Rui Barbosa, passando por Tarso de Castro e Tônia Carrero. É demais, né não? Tomo 9)=PF e a incompetência, a obsessão por sexo (sai de baixo!) e vai por aí a colmeia de vicissitudes irracionais e amargas do PF que o autor tão espetacularmente retrata e prova, ipsis literis.
 
Ufa. Que fôlego! Tá tudo nessa obra de vulto. Perdão, leitores, mas um livraço assim, não é pra se comentar muito mesmo. Só dar umas pinceladas de grosso calibre. É pra ler de fio a pavio, descascando o limão da vaidade de PF, na contação de Fernando Jorge, um destemido. Livro pra se ler nas férias, na praia, no escritório, numa viagem, numa sauna, num sarau. Mas, sim, é isso: um livro pra se ler de fio a pavio. A crítica literária a respeito? Santa hipocrisia. Às vezes onde há fumaça, há espelho. Sacaram o bode?
 
Fernando Jorge é mesmo um controversista militante e, Paulo Francis, um topetudo irritante. Rimou mas dói. Ainda bem que Fernando Jorge teve a cara limpa & a coragem-motor de desnudar o Paulo Francis. É como se fosse a funda de David atingindo o gigante de lorotas? Pode ser. Um livro marcante que não poderia deixar de ser escrito, jamais. Não é qualquer um que tem peito e tutano para tanto. Tem que ser do ramo, conhecer os bastidores do circo e apontar a palhaçada. Mentiras não derrubam embustes. Verdades nuas e cruas doem, mas fazem parte do confessionário de vaidades e renúncias.
 
E com licença que, numa boa, vou reler o livro depressinha, pra curtir adoidado. Vocês pelaí procurem o seu exemplar. E quem puder que conte outra. Ave Fernando Jorge. Saravá Mestre Polivalente.
 
Fui.
___________
*Silas Corrêa Leite é escritor e jornalista nascido em Itararé e radicado em São Paulo; autor, entre outros, de Campo de trigo com corvos (contos) 

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Autor

» Rogerio Guarapiran

Rogerio Guarapiran nasceu em Taubaté-SP (13 de março de 1983). É dramaturgo, músico e produtor cultural. Estudou Letras na Universidade de Taubaté (UNITAU) e Linguística na Universidade de Campinas (UNICAMP). Graduando em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP). Iniciou no teatro amador em 1998 e fundou, junto com Renan Rovida, o grupo de teatro Pé-de-Couve e a banda Mantra, espaços onde começou a desenvolver sua autoria em teatro e música. Trabalhou como técnico em eletrônica em fábricas e empresas e como educador na rede municipal de Taubaté. (Saiba mais)

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