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Olga Savary
Página publicada em: 01/03/2008
Poeta das águas e do amor, aclamada pela crítica e laureada com os mais importantes prêmios literários do Brasil, entre os quais o Prêmio Jabuti. Uma legenda viva da poesia brasileira.
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OLGA SAVARY nasceu em Belém do Pará, Brasil, 21 de maio de 1933. Filha única de pai russo, engenheiro Bruno Savary, com ascendência francesa, alemã e sueca, e mãe brasileira, Célia Nobre de Almeida, paraense de Monte Alegre, de origem pernambucana e potiguar, descendente de portugueses e com uma bisavó indígena. Estudou em Belém, Fortaleza e Rio de Janeiro.
 
Começou a escrever aos nove anos, em 1943, quando produziu um jornal artesanal, com poemas, textos e desenhos. Publicou muitos de seus poemas em jornais e revistas do Rio, Belém, Minas Gerais, São Paulo e outros estados, além do exterior, assinando alguns como Olenka.
 
O primeiro livro, Espelho provisório, foi publicado pela Editora José Olympio em 1970, recebendo, em 1971, o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, São Paulo.

Compositores de música erudita de vanguarda (como Aylton Escobar, Guilherme Bauer, Ricardo Tacuchian, Vânia Dantas Leite e Guerra-Peixe) usaram poemas de Espelho provisório, Sumidouro, Altaonda e Magma, em mais de setenta concertos e espetáculos, em teatros e salas de concertos do Rio e também no exterior, a partir de 1972, sob o patrocínio da FUNARTE e Departamento de Cultura do Rio de Janeiro.

Seus poemas foram utilizados como material de palestras e cursos de Literatura pelos professores Gilberto Mendonça Teles (PUC/RJ), Angélica Soares e Dalma Nascimento (UFRJ), Lucila Nogueira (UFPE), Marleine Paula Marcondes e Ferreira de Toledo (USP); Psicanálise (Wilson de Lyra Chebabi); e Astrologia (Martha Pires Ferreira), entre outros, no Brasil. E nos EUA, Europa e Ásia por professores brasileiros radicados e brasilianistas.

Olga Savary dirigiu o setor de Literatura da Casa do Estudante do Brasil, no Rio, a convite do Embaixador Paschoal Carlos Magno.

Colabora em quase todos os jornais e revistas do Brasil e do exterior como poeta, ficcionista, crítica, ensaísta, jornalista e tradutora. Em suas atividades jornalísticas, iniciou a coluna As Dicas (notícias culturais, comentários e sugestões) no jornal O Pasquim, onde se manteve desde a fundação em 1969 a 1982, como fundadora, colaboradora, entrevistadora e tradutora. Exerce jornalismo literário há mais de cinqüenta anos, tendo recebido em 1987 o Prêmio Assis Chateaubriand da Academia Brasileira de Letras para a Coletânea de artigos literários publicados na imprensa com o livro As margens e o centro.
 
Integra antologias de poesia e conto no Brasil e no exterior. Fez parte de júris (julgando letra) de vários Festivais de Canção Estudantil, a partir de 1972. Fez parte do júri dos carnavais de 1975, 1983, 1984, 1986, 1988 e 1990, julgando letra das Escolas de Samba do I Grupo, no Rio e em São Paulo. Participou do júri do Festival de Música Popular Brasileira 1980 da TV Globo. Fez parte do júri de vários concursos de poesia e conto.

Também participou de vários movimentos de poesia como Ex-Poesia 1 (PUC, RJ, 1973), Ex-Poesia 2 (Curitiba, Paraná, 1973), Poemação (Museu de Arte Moderna, RJ, 1974), sob organização do poeta e professor Affonso Romano de Sant’Anna.

Em 1975 foi escolhida Mulher do Ano em Literatura pelo jornal O Globo, Rio de Janeiro. Poemas seus foram publicados em Buenos Aires (Revista Crisis), em Lisboa (Revista Colóquio/Letras), em jornais e revistas de Londres, Copenhague; nos Estados Unidos (Poema Convidado da Universidade de Georgetown, e Universidade de Indiana, a partir de 1973; na Revista Via, em 1977); na revista Il Cavalo de Tróia (Milão, Itália, 1982); em Zerstreuung dês Alphabets (Alemanha); Canadá e Japão.

Seu segundo livro Sumidouro (SP, Massao Ohno/João Farkas, 1977), foi escolhido Melhor Livro do Ano pelo Jornal do Brasil (RJ) e ganhou o Prêmio Poesia 1977 da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Tradutora de mais de quarenta títulos dos principais escritores hispano-americanos, recebeu o Prêmio Odorico Mendes 1980 de Tradução, da Academia Brasileira de Letras, com Conversa na catedral, romance de Mário Vargas Llosa.
 
Participou da VI Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, em 1980, no 1º Seminário de Literatura Brasileira. Juntamente com José Wilker, Muniz Sodré, Roberto D’Ávila e Walter Clark, fez parte do I Debate Cultural, organizado por Gustavo Barbosa e promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian/Soart e TV Educativa, no Rio, 1981.

Participou do Projeto Escritor 1981, realizando dois depoimentos como escritora na Biblioteca de Santana e na Biblioteca de Pinheiros, promovidos pela Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo, sob a gestão do poeta Mário Chamie.

Altaonda (Edições Macunaíma/Massao Ohno, 1979), seu terceiro livro, recebeu o Prêmio Lupe Cotrim Garaude de Poesia 1981 da União Brasileira de Escritores de São Paulo.

No espetáculo Fala Poesia foram apresentados poemas da Autora, durante dois meses, no Teatro Brasileiro de Comédia, mais tarde levados em cinco bibliotecas e no Teatro Ruth Escobar, sob o patrocínio da Secretaria da Cultura de São Paulo, musicados por Déa Bertran, interpretados pelas atrizes Isadora de Faria e Núbia de Oliveira.

Mais doze compositores de música popular brasileira (Paulo Ciranda, Irinéa Maria, Rosa Passos, Mirabô, Flávio Pantoja, Madan, José Luiz Nogueira, Nosly, Gui Tavares, Flávio de Lira, Fred Martins e Antônio de Paula) musicaram poemas de Olga Savary. Participou do I Festival da Mulher nas Artes, organizado por Ruth Escobar e pela Editora Abril em São Paulo, 1982.

Natureza viva: Uma seleta dos melhores poemas de Olga Savary é editado em 1982 pelas Edições Pirata, no Recife. No mesmo ano sai Magma (Massao Ohno/Roswitha Kempf), saudado pela imprensa e pela crítica como o primeiro livro todo em temática erótica escrito por mulher no Brasil, Prêmio Olavo Bilac 1983 da Academia Brasileira de Letras.

Visando um benefício coletivo para escritores e tradutores – num esforço individual através de cartas à Prefeitura do Rio de Janeiro, de 1982 a 1984 – conseguiu abolir o imposto de ISS para as duas categorias.

Em 1984 foi eleita Membro Titular do PEN Clube do Brasil, associação de escritores ligada ao PEN Internacional/UNESCO. Também em 1984 lança Carne viva – I antologia brasileira de poesia erótica, sob sua organização, reunindo 77 dos melhores poetas de todo o Brasil (Rio de Janeiro, Anima).

Abre a I Semana do Japão, proferindo a palestra : Hai-kai, a poesia clássica japonesa, no auditório da Associação Comercial do Rio de Janeiro, realizada pelo Consulado Geral do Japão, Câmara do Comércio e Indústria Japonesa, e Instituto Cultural Brasil-Japão.

Representou o Brasil no Poetry International 1985 de Roterdã, Holanda, importante congresso europeu de poesia, convidada (junto com João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar e Lêdo Ivo, em homenagem à poesia de língua portuguesa e na primeira vez em que o Brasil foi convidado), sendo a única mulher entre a delegação portuguesa e brasileira. De volta apresentou-se no Restaurante Botanic, em duas noites de agosto, lendo vinte poemas dos que apresentou na Holanda em português e a correspondente tradução para o holandês feita pelo professor August Willemsen, da Universidade de Amsterdã.

Saturnal, poema seu musicado por Paulo Ciranda, é apresentado em vários shows e no projeto Pixinguinha, da Funarte, no Teatro Glauce Rocha e no Circo Voador, pela cantora e atriz paulista Maricene Costa, com um conjunto de músicos e de bailarinos, no Rio e em São Paulo.

Em agosto de 1986 lança Hai-Kais pinçados de seus livros anteriores e parte inédita (Roswitha Kempf Editores), prefácio de Gerardo Mello Mourão e capa de Sun Chia Shin, no Espaço Cultural Pasárgada (Casa de Manuel Bandeira), no Recife. Em seguida é homenageada, como Poeta do Ano, com a Caminhada Poética, projeto cultural do escritor Flávio Chaves, poetas e artistas dizendo seus poemas pelas ruas do centro da cidade do Recife, parando literalmente o trânsito durante duas horas, a convite da Fundarpe, Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro, União Brasileira de Escritores e Sindicato de Jornalistas.

Poema seu foi dito pela atriz Neila Tavares no espetáculo Eu sou uma mulher; no Bar O Viro do Ipiranga e no Centro Cultural Laura Alvim, no Rio de Janeiro, durante meses.

Em novembro/dezembro de 1986 participa do seminário Erotismo, Cinema e Psicanálise, com três psicanalistas da Letra Freudiana – Eduardo Vidal, Elizabeth Tolipan e Paula Becker –, a artista plástica Vilma Pasqualini, os cineastas Arnaldo Jabor, Nagisa Oshima e Roger Vadim, no III FestRio de Cinema do Rio de Janeiro, realizado no Hotel Nacional. Ainda em dezembro faz a palestra Hai-Kai e Cultura Japonesa e é jurada do I Encontro de Hai-Kais, no Centro Cultural São Paulo, a convite da Fundação Japão e do jornal Portal, SP.

Em 1987 sai Linha d’água (SP/RJ, Massao Ohno/Hipocampo), prefácio de Felipe Fortuna e apresentação de Antonio Houaiss, com capa e ilustrações de Kazuo Wakabayashi. Cria, com Virgínia Lombardi, o projeto Ver Ouvindo (gravações de livros em cassete para cegos, com livros seus e de outros autores, lançando-os na Biblioteca de Jacarepaguá, com atrizes interpretando os poemas: Maria Helena Dias, Martha Overback e Sonia Santos). Em outubro faz parte do júri do II Encontro de Hai-Kais, no Centro Cultural São Paulo, julgando e apresentando poemas de poetas clássicos japoneses em tradução sua. Em novembro recebe em Salvador o Prêmio Nacional de Poesia Artur de Sales 1987 da Academia de Letras da Bahia, por unanimidade do júri, entre centenas de concorrentes de todo o Brasil, com o livro inédito Berço Esplêndido.
Em dezembro, na ABI e no Espaço Cultural Sérgio Porto, é apresentada Fotopoesia, exposição de fotos de Ruy Lisboa com poemas de Olga Savary.

Recebe o Prêmio Eugênia Sereno 1988 com o livro de contos inéditos O olhar dourado do abismo pelo Instituto de Estudos Valeparaibanos, Guaratinguetá, SP. No mesmo ano, este livro é premiado na Academia Brasileira de Letras. E na Associação Paraense de Escritores.
Convidada pela Bienal Nestlé de Cultura, em julho de 1988, profere palestra-depoimento sobre o tema Erotismo na Literatura e leitura de poemas seus.

Em maio de 1989 é homenageada pela Secretaria de Estado da Cultura – Museu de Literatura Casa Mário de Andrade, por 15 dias, por serviços prestados à cultura do País e 40 anos de ofício (com palestras, vídeos, depoimentos, recitais com o ator Felipe Martins e a atriz Isadora de Faria e duas exposições de desenhos sobre seu trabalho de Anídia Martins Rodrigues e Suely Regina Avelar). Concede entrevista a Jô Soares, no SBT.

Jurada do III Encontro Portal de Hai-kais, realizado no Centro Cultural São Paulo, faz palestra sobre poesia japonesa, com leitura de haikaístas japoneses e brasileiros. Participa do IV e V Encontro Portal de Hai-kais nos anos de 1988, 1989 e 1990, onde é homenageada como a primeira mulher a publicar hai-kais entre nós e a grande divulgadora da cultura japonesa no Brasil.

Em 1989 é editado Retratos.

Em 1991 é homenageada pela Fundação Biblioteca Nacional, RJ, gestão de Affonso Romano de Sant’Anna, com dramatização de poemas seus por atores da TV Globo (Ary Coslov, Dedina Bernardelli e Mayara Magri) e música (flautista Helder Parente) no Teatro do Texto.
Em 1992 lança a Antologia da nova poesia brasileira, organização sua, considerada pela imprensa e crítica a maior antologia feita no Brasil, com 334 poetas de todo o país, poesia social, edição do RioArte/Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro/Hipocampo.
 
Em 1994 é editada em antologia Poesia da América Latina (junto com Ferreira Gullar e Lêdo Ivo, entre apenas 18 poetas e dois prêmios Nobel: Pablo Neruda e Octavio Paz), na Holanda. Saem dois livros seus de poesia: Rudá e Éden-Hades. Participa da Poesia 1994, 1995 e 1996, série de palestras que dá em São Paulo, a convite da Secretaria Municipal de Cultura, sobre poesia brasileira e a sua própria.

Homenageada em 1995 com o título de Cidadão Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, pelas mãos da escritora-deputada Heloneida Studart, na ALERJ – Assembléia Legislativa do RJ, no Plenário do Palácio Tiradentes, tendo como presidente Sérgio Cabral Filho. Onze atores e atrizes, e escritores, interpretam seus poemas no final da cerimônia, entre os quais Alessandra Hartkopf, Denise e Cairo Trindade, Salgado Maranhão, Sandra Barsotti e Zezé Polessa.

Em 1996 sai Morte de Moema (edição de arte). Participa, a convite da Secretaria Municipal de Cultura de SP, do Congresso Internacional de Literatura do Mercosul.

É Mulher do Ano 1996 pela Secretaria Municipal de Cultura e Departamento de Bibliotecas Públicas de São Paulo, gestão de Rodolfo Konder/Cláudio Willer, na Biblioteca Mário de Andrade, SP.
 
Em novembro de 1996, candidata-se pela primeira vez à ABL (Academia Brasileria de Letras), obtendo expressiva votação dos escritores da entidade.

Em 1997 é editado seu primeiro livro de contos: O Olhar dourado do abismo.

Da década de 80 até 1997 saem vários discos e CDs com poemas de Savary, musicados por Vânia Dantas Leite, Flávio Pantoja, César Guerra-Peixe, Madan, entre os 40 compositores de música erudita e da MPB que musicaram sua obra.

Faz parte do Instituto Brasileiro de Cultura Hispânica. É membro titular da Comissão da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa. Eleita presidente do Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro/Casa de Cultura Lima Barreto/Teatro TESE, primeira mulher na presidência, de 1997 a 1998. Todos esses títulos são honoríficos, pois estas entidades culturais são de utilidade pública e não visam fins lucrativos.
Repertório selvagem – obra reunida (12 livros de poesia), editada em 1998 pela Biblioteca Nacional/Universidade de Mogi das Cruzes/MultiMais, recebe indicação para Prêmio Machado de Assis/Conjunto de Obra 1997 pela Academia Brasileira de Letras.

1999. Dois livros sobre sua obra são publicados: A voz das águas – Uma interpretação do universo poético de Olga Savary, da professora da USP e ensaísta Marleine Paula Marcondes e Ferreira de Toledo (Lisboa, Ed. Colibri/Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra/Universidade da Cidade de São Paulo. Prêmio APCA para Ensaio-2000, entregue no Teatro Municipal de São Paulo) e A paixão emancipatória, da professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Angélica Soares (Rio de Janeiro, Difel, ensaio).

Como único brasileiro convidado, participa do Congresso Internacional Poesia em Lisboa 2000, em maio, no qual o governo de Portugal publica poemas de Savary em edição bilíngüe (português e francês) e uma antologia com poemas e fotos dos participantes (quatro poetas portugueses e 12 de outros países, entre os quais Brasil, Alemanha, China, Espanha, França, Inglaterra, Itália).

Patrona do III Concurso Nacional do jornal Poesia Viva – Prêmios Olga Savary 2000.

2001. Com 19 livros publicados, tem mais 15 no prelo e a sair (poesia, conto, romance, crítica, ensaio e jornalismo literário), somando agora 40 prêmios nacionais de literatura.
 
Aníbal Machado, Carlos Drummond de Andrade, Marlos Nobre, Murilo Mendes, Sylvio Meira, Virgínio Santa Rosa, entre outros, são intelectuais dos quais se orgulha de ser parente. E por casamento, fazendo parte da família de Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, também ficou parente (e amiga) de Rachel de Queiroz, Pedro Nava e José de Alencar.

Eleita Mulher do Ano 2001 na área de Cultura pela entidade japonesa Sokka Gakai Internacional/UNESCO.

Lança na Bienal do Livro, maio de 2001, no Rio, O olhar dourado do abismo: contos de paixão e espanto, pela Bertrand Brasil/Biblioteca Nacional; 2ª ed. 2003, com o MEC.

Berço esplêndido, seu 18º livro, poesia, RJ, Palavra & Imagem, celebra a extrema brasilidade de Savary, onde canta a raiz amazônica de sua Belém, do seu Brasil.

No final de 2001 é publicada sua antologia Poesia do Grão-Pará, que lhe ocupou 50 anos de pesquisa e coleta de material desde a adolescência, onde inclui 117 poetas, cobrindo mais de 200 anos de poesia da Amazônia. Encomendada pelo prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, a antologia é editada no Rio de Janeiro pela Graphia (526 p.). Apresentada por Benedito Nunes, que foi professor de filosofia de Savary. O jornalista e crítico Rodrigo de Souza Leão escreve longa crítica sobre esse livro, o qual foi agraciado com o Prêmio Nacional UBE/RJ para Antologia na Academia Brasileira de Letras.

2002. No Dicionário Crítico de Escritoras Brasileiras, da professora da USP Nelly Novaes Coelho, é contemplada com três páginas.

2003. A professora e ensaísta Olga de Sá, diretora da FATEA (Faculdades Integradas Teresa D’Ávila – Lorena SP) e da pós-graduação da PUC/SP, organiza um número especial da revista Ângulo sobre Savary em homenagem a seus 70 anos.

2004. A obra de OS é objeto de teses de mestrado e doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro e outras, entre as quais O erotismo na produção poética de Olga Savary (Doutorado da professora Claudia Pastore, defendido na USP).

No Memorial da América Latina, em São Paulo, de 11 a 17 de setembro, é convidada a participar da mesa redonda com Thiago de Mello, José Mindlin, Carlos Nejar e atores, fazendo também parte de jogral que declama poemas de Neruda, no evento “Centenário Pablo Neruda”.
Em novembro, ministra palestra sobre Pablo Neruda, no evento “100 anos de Neruda” da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para professores e alunos de Letras, como principal tradutora do poeta chileno no Brasil.

Participa como palestrante em vários congressos de Literatura Brasileira nos estados do Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí etc.

2005. Baseada na obra poética reunida de OS, a professora italiana Maria Longobardi apresenta a Tese de Doutora Olga Savary: Repertório Selvagem, orientada pelo professor de Roma Giovanni Ricciardi, na Faculta di Lingue e Letterature Estraniere da Università, degli Studi di Napoli “L’orientale”, em Nápoles, Itália.

2007. Berço Esplêndido recebe, em maio, o Prêmio Internacional Brasil-América Hispânica. E, em outubro, Olga Savary recebe sua 40ª premiação: 1º lugar no Concurso Josué Montello para Romance Inédito (Paraíso, título provisório, escrito há 20 anos) da União Brasileira de Escritores/RJ, na Academia Brasileira de Letras.

2008. É publicado seu 19º livro Anima Animalis – Voz de Bichos Brasileiros, poesia, com os poemas traduzidos para cinco idiomas: espanhol, finlandês, francês, inglês e italiano. Edição de arte pelas Edições LetraSelvagem, com gravuras de Marcelo Frazão. Anima Animalis foi escolhido como o "melhor livro de poesia editado no Brasil em 2008" pelo júri da APCA(Associação Paulista de Críticos de Artes).


ALGUNS POEMAS:


INSÔNIA

A José Carlos Audíface Brito

Quero escrever um poema irritado.
Quero vingar meu sono dividido
(busco palavras que interroguem essa alquimia
do poema, que vire a noite em fogo vário
e a lua em pegada escondida atrás do muro
— vagaroso desmoronar de extinto vôo ).
Quero um poema ainda não pensado,
que inquiete as marés de silêncio da palavra
ainda não escrita nem pronunciada,
que vergue o ferruginoso canto do oceano
e reviva a ruína que são as poças d’água.
Quero um poema para vingar minha insônia.

Belém, março 1950


A CARTA
A Wagner Cavalcanti de Albuquerque

Perdem-se, num longo sono de espera
olhos cansados de mil anos perdem-se.

As palavras circulam pelas praças,
vêm nos jornais, nos telegramas, na memória.
Mas perto
o silêncio empoeirou-se à toda volta.

As palavras esperadas, onde ?
As palavras não existem.
O que existe é só a espera delas.

Na estrada, a lua envelhecendo.
E os olhos fincam a noite para ver
além da noite ruínas de um mistério:
o silêncio.

Belém, setembro 1952


ENQUANTO

Sou inconstante como o vento
sou inconstante como a vaga
por isso fica
enquanto estou desvelada
enquanto eu não for
vento ou vaga.

Belém, 22 maio 1953


AVISO

Não te abandones um só momento
sou inconstante como a nuvem
sou mutável como o vento.

Não te dês inteiro um só momento
porque um dia te quererás de volta
e levarás somente um fragmento.

Belém, maio 1953



HAI-KAI

Se fosses um buda
eu seria a pedra
de tua fronte.

Belém, 12 julho 1953



QUERO APENAS

Além de mim, quero apenas
essa tranqüilidade de campo de flores
e este gesto impreciso
recompondo a infância.

Além de mim
— e entre mim e meu deserto —
quero apenas silêncio,
cúmplice absoluto do meu verso,
tecendo a teia do vestígio
com cuidado de aranha.

Belém, julho 1953


ÚNICO

A Liane Teixeira

Não transfiras o momento do teu sonho.
No instante em que ele vem
arrisca-te à sua fina lâmina:
ele é tua única herança,
teu legado único,
único vestígio.

Belém, 31 julho 1953


CANTIGA MEIO MÓRBIDA

— Uma noite
nas ondas vou me deitar.
Descerei por sob os mares
— esquife dos próprios sonhos —,
viajarei oceanos
e areias submersas
onde, em alas, esperam
o meu enterro marinho
suicidas, afogados,
conchas, peixes e algas
mais cavalinhos do mar.

Uma lua rara, uma lua
verde, marinha, espia
a noiva recém-chegada
para uma apodrecida e selvagem
fantástica boda marinha.

Belém, novembro 1953


ÁGUA ÁGUA

A Walmir Ayala

Menina sublunar, afogada,
que voz de prata te embala
toda desfolhada?
Tendo como um só adorno
o anel de seus vestidos,
ela própria é quem se encanta
numa canção de acalanto
presa ainda na garganta.

Belém, 8 novembro 1953


AMANHÃ

Se devoras teus sonhos
quando se ensaiam apenas
e secamente represas
essa linguagem de flores
e teu desejo de asas
que restam subterrâneas,
quem serás tu, depois
do grande sono, amanhã?

Caieiras, janeiro 1954

Leia também sobre Olga Savary:

Explosão e delicadeza, desatino e recato (por Ferreira Gullar)
Tempo, espaço, poesia na palavra poética de Olga Savary (por Nelly Novaes Coelho)
 
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» António Cabrita

António Cabrita ainda é uma novidade para o público brasileiro, mas não para a crítica do Brasil, que acompanha os passos desse importante e irrequieto escritor português. Adelto Gonçalves, doutor em Literatura Portuguesa pela USP-Universidade de São Paulo, afirmou: “Este português de Almada (1959) foi para Maputo (Moçambique) há poucos anos, numa época em que raros lusos se dispõem a ir para a África e os que de lá retornaram choram até hoje o ‘império colonial derramado’. Não se arrependeu, pois encontrou material, o chamado ‘tecido da vida’, para escrever novas e surpreendentes histórias como estas que o leitor brasileiro tem a oportunidade de conhecer”. E Maurício Melo Júnior, que é escritor, crítico e apresentador do programa Leituras da TV Senado, escreveu a respeito do romance "A Maldição de Ondina", que marca a estreia de António Cabrita no Brasil: “António Cabrita traz a capacidade de domar o espírito aventureiro e conservador de Portugal. E isso é o cerne de nossa alma universal”.

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