Autor conhecido do público e aclamado pela crítica, premiado nacional e internacionalmente, recria e transfigura uma Amazônia que é muito mais do que a floresta física onde nasceu e vive. Vicente Franz Cecim é um escritor inigualável no variado espectro da Literatura Brasileira.
Vicente Franz Cecim nasceu em Belém do Pará, Amazônia brasileira, em 07.08.1946, e aí vive. Sua Escritura se entrega à abolição das fronteiras entre prosa e poesia, demanda o silêncio, funde profano e sagrado, e, partindo da natureza, se lança como sede metafísica do Ser da Vida: Atravessar o que nos nega, chegar ao Sim. E é assim que tu verás um S nestes dias cegos. É a inscrição no portal dos seus livros, oposta àquela dantesca que intimida.
Em 1979, com A asa e a serpente, iniciou a obra imaginária Viagem a Andara oO livro invisível, transfiguração da Amazônia em Andara: região-metáfora da vida em que natural e sobrenatural convivem em mútua epifania. É onde ambienta todos os seus livros. Andara sendo a Amazônia vista com olhos mágicos, como já foi dito, à medida em que, um a um, os livros visíveis de Andara vão sendo escritos como literatura fantástica, desvelam a literatura fantasma do livro invisível de Andara, livro puramente imaginário, do qual só existe o título e que não é escrito — segundo o autor, o não-livro, corpo de um corpo que se sonha.
Em 1980, o segundo livro de Andara, Os animais da terra, recebeu o Prêmio Revelação de Autor da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).
Em 1981, A noite do Curau, primeira versão do terceiro livro de Andara, Os jardins e a noite, recebeu Menção Especial no Prêmio Plural, no México.
Em 1988, Viagem a Andara (Editora Iluminuras, São Paulo), reunindo os 7 primeiros livros de Andara, recebeu o Grande Prêmio da Crítica da APCA.
Em 1995, Cecim publicou Silencioso como o Paraíso (Iluminuras, São Paulo) reunindo mais 4 livros visíveis de Andara.
Em 2001, quando a invenção de Andara completava 22 anos, publicou Ó Serdespanto (Íman Edições, Lisboa) com 2 novos livros de Andara, apontado pela crítica portuguesa como o segundo melhor lançamento do ano.
Em 2004 relançou, em versões finais, transcriadas, os 7 primeiros livros de Andara reunidos nos volumes A asa e a serpente e Terra da sombra e do não (Cejup, Belém).
Em 2005, publicou seu primeiro livro em Iconescritura, unindo imagens & palavras, também em Portugal, K O escuro da semente (Ver o Verso, Maia), então inédito no Brasil.
Em 2006, saiu a edição brasileira de Ó Serdespanto (Bertrand Brasil, Rio de Janeiro).
Em 2008 e 2014 lançou as novas iconescritura oÓ: Desnutrir a pedra (Tessitura, Minas Gerais) e Breve é a febre da terra (IAP, Belém, Prêmio Haroldo Maranhão de Romance). Fonte dos que dormem é o inédito em que reúne os Cantos de Andara. Atualmente gera o novo livro visível Oniá um lugar cintilante.
Nos livros visíveis que escreve e compõe, o autor busca a alquimia da Escritura, em total liberdade, incorporando o silêncio de páginas em branco e imagens, para criar, a partir da natureza amazônica, a região metafísica de Andara. K O escuro da semente, com o qual a LetraSelvagem inaugura a Coleção Sabedoria, é um desses livros.
Autor consagrado, sobre sua obra se manifestaram as mais importantes vozes da Crítica brasileira.
"A fulminante trajetória literária de Cecim, que se iniciara com o belo, poético e enigmático poema em prosa Viagem a Andara, o livro invisível, prossegue com um livro, se possível, mais rico e fascinante ainda: Silencioso como o Paraíso. Um dos mais perfeitos livros surgidos no Brasil nos últimos dez anos, imbuído de poesia, encanto e o que Guimarães Rosa chamava de ‘peregrinação álmica’ (da alma)." LEO GILSON RIBEIRO/Caderno Cultural "A TARDE", Bahia/Silencioso como o Paraíso
"A excepcional força poética de Os animais da terra de-riva da duplicidade de sua narrativa, cindida em planos opostos. A duplicidade favorece a dominância do relato delirante, que adquire o tom impessoal de um mito, do qual participam o vento, as árvores, o rio, os animais da terra — agentes de uma Natureza rebelada, propícia à ação do servo contra o cego. Esse mito de solidariedade cósmica não apenas revira a existência cotidiana, para exibir o seu estofo de sonhos (o estofo de que somos feitos, na imagem shakespeareana) — tirando proveito do lado ético da herança surrealista, Os animais da terra emprestam ao imaginário o caráter de realidade explosiva represada, de onde provém sempre o apelo poético à renovação da vida. Uma invenção poética. Que melhor denominação para este texto libertário, insurrecto?". BENEDITO NUNES/"LEIA LIVROS", Brasil/Os animais da terra
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