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Página publicada em: 14/04/2024
Ronaldo Cagiano - R$60,00 (104 págs.)
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Estes versos de Ronaldo Cagiano nos alertam para o paradoxo da contemporaneidade, a questão vigente: quando chegará nosso próximo pesadelo?, e basta essa espera pelo embate subsequente, pelo absurdo seguinte, reconfigurado e retroalimentado por um passado que nunca serve de lição, que jamais ensina nada. (Continue lendo o texto das orelhas, do escritor e crítico Whisner Fraga)
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Estes versos de Ronaldo Cagiano nos alertam para o paradoxo da contemporaneidade, a questão vigente: quando chegará nosso próximo pesadelo?, e basta essa espera pelo embate subsequente, pelo absurdo seguinte, reconfigurado e retroalimentado por um passado que nunca serve de lição, que jamais ensina nada. Cada palavra disposta aqui carrega a marca de violências fecundadas e consumidas por uma sociedade perdida, sequestrada por diversos timbres de banalidades, ecos de um culto majestoso, imponente, devastador, à futilidade. O presente ressurge transmutado em desastres e o futuro é uma espada de gumes mascados por sangues de diferentes versões de mentiras, em uma escrupulosa elaboração da catástrofe: e a empatia, a fantasia, o que são delas?, estão dispersas por estas metáforas opressoras, por estas mudanças inexoráveis que não se confundem com a evolução. Há estes tempos, alegorias da destreza ficcional do homem, são desertos encapsulados por miragens meticulosamente programadas, por bytes portadores de vaidades e delírios infindos e sem sentido, há uma centelha contornando a jornada da noite. Uma noite perpétua acobertando bandeiras, coroas, brasões enterrados nas cronologias de babéis. A poesia de Ronaldo Cagiano é áspera, ao mesmo tempo constituída de um lirismo que nos chantageia, como se estivéssemos diante de uma tocaia sistematizada por um exímio enxadrista, quase uma liturgia às avessas. Este livro nos oferece a rispidez das incertezas, destrinchadas sob a ótica da serenidade, sem desprezo, sem juízo, sem compaixão. Tudo é múltiplo neste caleidoscópio de misérias, de vícios revisitando melancolias ancestrais, encravadas nas ribanceiras mais recônditas da memória, tudo é reajustado para o comércio impecável da ilusão: o fascismo, a egolatria, o afeto, a inexorabilidade. A dissecação dos sintomas de um totalitarismo maquiado, um progresso cínico, doloso. Nesta obra, o desespero cabal, mas também o amor irrevogável: sua pátria é o caos, Ronaldo, e você será sempre leal a ela. (Texto das orelhas - Whisner Fraga)

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Autor

» Edson Amâncio

Edson Amâncio nasceu a primeiro de janeiro de 1948, em Sacramento-MG, e vive em São Paulo. Pertence à nobre estirpe de escritores (infelizmente em extinção) da qual fazem parte Machado de Assis ("Quincas Borba", "O alienista"), Graciliano Ramos ("Angústia"), Dyonelio Machado ("Os ratos", "O louco do Cati") e Dostoiévski ("Notas do subsolo", "Memórias da casa dos mortos").

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