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Editora lança coleção em Mogi das Cruzes
Página publicada em: 01/05/2008
Por Álvaro de Campos
LetraSelvagem apresenta "Sentimento do Mundo" (Matéria publicada no jornal O DIÁRIO, 17/4/2008)

Hoje, às 19 horas, três autores da recém-criada editora LetraSelvagem estarão em Mogi das Cruzes para lançar suas obras, em evento realizado na sede do jornal O Diário. Olga Savary traz seu 19º livro, Anima Animalis – Voz de bichos brasileiros. O escritor santista Marcelo Ariel faz sua estréia em livro, com o Tratado dos anjos afogados. E o paranaense Edivaldo de Jesus Teixeira, que mora em Mogi desde 1979, exibe os poemas de O homem deserto sob o Sol.
 
Edivaldo conta que o livro reúne poesias feitas ao longo de 10 anos, e que são escritos que têm um fio, um liame, para dar um formato homogêneo. “O livro trata do homem, da solidão. É um exercício de entendimento do mundo, de perguntas que ressoam desde eras primeiras”, conta.
O escritor acredita que o que alimenta a poesia é justamente a necessidade que temos de entender por que foi dado ao homem habitar um planeta solto no espaço, no meio de bilhões de galáxias.
 
Autor de mais três obras (Não acontecem primaveras na América Latina, 1979; Nosso feroz sossego, 1981, e Das considerações inominadas, 1998), Teixeira conta que essas outras obras falam dessa temática também. “Mas cada poema é um relâmpago, que colhe aspectos de uma determinada circunstância. A minha poesia é companheira da filosofia, beira a metafísica”. Ele afirma que apesar de tantas perguntas que suscita, obviamente não tem respostas, pelo contrário, tece dúvidas: “A grande aventura do homem no universo é dirigida pela dúvida”, considera.
 
Os críticos apreciam especialmente a forma como Edivaldo trabalha as palavras, as metáforas que usa. “Quando escrevo procuro trabalhar a linguagem de forma a privilegiar a ressonância da música que a própria palavra contém. Tem um poema que eu fiz, sobre o sonho, que tem um ritmo todo especial. Não é só jogar meia-dúzia de frases no papel”, expõe o autor.
 
Nidodemos Sena, editor da coleção “Sentimento do mundo”, da qual fazem parte os três escritores mencionados acima, fala sobre o “olhar livre-boêmio” de Edivaldo, que rebate: “Acho que é porque eu sou uma pessoa que freqüentou razoavelmente a noite, que é a parte do nosso cotidiano que tem um lado mágico. À noite o silêncio impera, a ressonância do universo parece mais acentuada. Tem detalhes que a gente não percebe durante o dia, como o cheiro de determinadas plantas, ou fragmentos de luzes, meteoros que cruzam o céu”.
 
Edivaldo é da opinião que o poeta escreve primeiro para si, depois para o leitor: “De início você escreve como um exercício de entendimento do próprio labirinto, como forma de exorcizar seus fantasmas interiores. Mas na medida que traz a emoção, você começa a pensar no outro”. Mas foi influenciado por outro que ele começou a escrever. Quando tinha 13 anos, viu um poema de Carlos Drummond de Andrade colado na parede da biblioteca de sua escola, e aquilo mexeu com ele, que começou então a ler outros grandes poetas. “Muita gente me influencia, Borges, Lorca, Gullar, Baudelaire. Murilo Mendes, é um artista cuja obra eu revisito freqüentemente”.
 
Outra obra que Edivaldo considera uma ótima coletânea de poesias, e que quase ninguém menciona, é a Bíblia: “Ela contém boa parte da melhor poesia que o mundo já produziu. A carta de São Paulo aos Coríntios, que inclusive o Renato Russo musicou, é o poema de amor mais lindo que eu já vi”, conta.
 
Em suas obras Edivaldo se mostra um perspicaz observador da sociedade. “Eu falo um pouco sobre os costumes, a sociedade, a divisão de classes, apesar de não objetivar especificamente fazer uma crítica social. Mas o olhar sobre a sociedade, crítico ou não, é quase inafastável para mim”. Isso talvez venha de sua profissão principal, pois Edivaldo é Juiz do Trabalho. “É meio difícil conciliar o Direito e a poesia, por isso eu tenho que fazer como o Fernando Pessoa, que criava heterônimos. Tem o Edivaldo que é o juiz, racional, aplicando a lei. E tem o Edivaldo poeta, mas que não é só paixão, que tem também um lado que reflete sobre os diversos ângulos da vida”, explica.
 
A capa do livro O homem deserto sob o Sol foi feita pelo artista plástico mogiano João Castilho Neto. “É um grande artista, que respeito muito. Como ele já conhecia o livro, pedi que fizesse a capa para mim. E ficou perfeita, reflete um pouco do homem deserto que perpassa as páginas do livro e que está em meio a uma tempestade, um turbilhão”, comenta o autor.
 
"Tratado" reflete a realidade de Cubatão
 
Marcelo Ariel é um poeta que com certeza se inclui na categoria de “autores selvagens”, que Nicodemos Sena reuniu para a coleção “Sentimento do Mundo”, da editora LetraSelvagem.
Nascido em Santos, ele atualmente mora em Cubatão, uma das cidades mais insalúbres e violentas do Brasil, e em seu livro Tratado dos Anjos Afogados, reflete toda essa rudeza.
O autor diz que não gosta de definir o objetivo de seus poemas, pois essa interpretação depende única e exclusivamente do leitor. “Sinto ser necessário neste momento da história cultural rompermos com o absolutismo da  ‘Voz do autor’. Não tenho e jamais terei a última palavra sobre o poema, e se a tivesse seria para mim aquilo que nos Evangelhos é chamado de ‘A letra que mata’. Mata por ser definidora de conteúdos, e não uma abertura para a voz do outro que está em questão, ou seja, do leitor”.
 
Essa é a primeira vez que o poeta reúne seus textos em um livro, apesar de já divulgá-las na internet. “O livro é a materialidade afetiva de uma interioridade que não pretende nomear o mundo, mas denunciar a falácia da nomeação”, filosófa o autor, que há cerca de 17 anos montou um sebo ambulante. “Ele não visa o lucro, se a pessoa não tiver dinheiro sou capaz de dar o livro de presente. Eu saio pelas ruas com uma sacola repleta de livros raros e clássicos, e vendo em bares, puteiros, favelas, penitenciárias. Onde houver a verdadeira demanda”.
 
Ferrenho opositor do capitalismo, Marcelo Ariel acredita que esse sistema destrói a poesia do mundo, e exclui milhões de pessoas, colocando-as em verdadeiros “acamapamentos de miseráveis”. Tudo isso em nome de algo abstrato e falido, e de uma estrutura social incapaz de “viver o poema”.

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